As 3 principais queixas de dores em motociclistas são: Dor no pescoço, dor na lombar e dor no punho. Vamos dar uma olhadinha em quais são as suas causas e como preveni-las?
Capacete
Sabemos que investir em um capacete de boa qualidade é uma norma de segurança importante para todo motociclista, porém não necessariamente o capacete mais caro e mais pesado é o melhor para você. Há indicações de materiais e composições específicas de capacetes para todos os tipos de atividades, seja rodar na cidade ou rodar nas pistas. Portanto o capacete que você está usando deve ser compatível com o seu nível de necessidade. O tamanho do capacete deve ser ideal para você e ele deve estar justo na sua cabeça, pois as folgas podem causar a saída do capacete durante a queda ou mesmo um efeito chicote dentro do capacete, diminuindo seu fator de proteção. Capacetes pesados demais, inadequados para o tamanho da sua cabeça e pouco aerodinâmicos podem exercer pressão extra sobre a sua coluna cervical, sendo um fator causador de dor. Há diversas lojas especializadas em capacetes, procure a orientação de um profissional.
Posicionamento
O posicionamento ideal na hora de pilotar a cabeça deve estar na posição com o queixo paralelo ao solo, não olhando nem para baixo nem para cima. Os ombros devem estar relaxados e evite ficar na posição com eles encolhidos e retraídos, isso tensiona a musculatura cervical e aumenta a pressão exercida sobre as vertebras, causando sensação de fadiga e consequentemente dor. Os cotovelos devem estar levemente dobrados e relaxados, evitando também cargas e tração sobre os ombros que também podem tensionar a musculatura cervical. A coluna deve permanecer reta e os quadris e joelhos fletidos em uma angulação próxima a 90º, o que alivia a pressão sobre a musculatura lombar. Lembre-se de andar com a musculatura do abdome levemente contraída, pois isso mantem a estabilidade da pelve relaxa a musculatura lombar. Os pes também devem estar apoiados em um ângulo de 90º. Bolhas acrílicas protegendo do vento reduzem a força necessária para estabilização da cabeça e do tronco e consequentemente a força realizada pelos braços e punhos para se manter estável.
Tamanho e tipo da moto
As motos esportivas acabam forçando as pernas para trás e necessitam de uma inclinação do tronco para frente, o que faz aumentar a tensão sobre a cervical pelo esforço exercido para sua sustentação, sobrecarrega os ombros e os punhos por estes necessitarem fazer uma maior força de apoio. Evite fazer longas viagens e programe paradas frequentes quando rodando com motos deste estilo. As motos do tipo custom, bigtrail, crossover, scooters e convencionais já costumam ter uma posição mais ergonômica, porém nem todas as motos são adequadas de acordo com o tamanho e o peso do motociclista. Procure testar a moto que vai comprar, se sua posição na hora de pilotar está confortável e mesmo se não houver um test drive, procure experimentar a de um amigo ou conhecido.
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Suspensão e pneus
Estudos recentes notaram que quase 40% das pessoas que andam de moto com certa frequência e possuem dores constantes (que não melhoram com o tempo) possuem algum problema na suspensão da moto, seja nas molas ou nos amortecedores. Estes quando desgastados transferem os impactos gerados pelas irregularidades do asfalto, buracos, lombadas e valetas diretamente para a coluna, quadris e pés, contribuindo para a manutenção da dor. Pneus desgastados, com pouca borracha ou descalibrados também tendem a ser mais duros e costumam transferir mais a vibração e impactos para o corpo do motociclista, sendo assim também uma causa importante de dor.
Sedentarismo e obesidade
O aumento da gordura abdominal com a projeção do abdome para frente – a famosa barriga de chopp – também é um importante fator causal de dores na coluna lombar, pois projeta o peso da região abdominal para frente e tensiona a musculatura paravertebral lombar, que precisa trabalhar em dobro, ou seja, para segurar os impactos do asfalto e para sustentar o peso do abdome. O sedentarismo, além de contribuir para o ganho de peso, é uma das causas de perda de força muscular, principalmente daquilo que chamamos de CORE, que são grupamentos de músculos que estabilizam o centro de gravidade do nosso corpo (toráx, abdome, lombar e quadris) e dão sustentação para todo o resto. Praticar exercícios físicos semanalmente é recomendado inclusive para proteção contra doenças cardiovasculares (que são as principais causas de morte na vida adulta), o número de minutos semanalmente recomendado é de 150 minutos semanais de atividade física, que pode ser distribuído entre exercícios cardiovasculares e atividades de força ou funcionais.