O aparecimento de nódulos em qualquer parte do corpo é um sinal de alerta que deve ser investigado. E quando essas lesões sólidas aparecem nas mãos não poderia ser diferente. Afinal, alterações nodulares principalmente na palma da mão e na raiz dos dedos são características da Doença de Dupuytren.
Sendo assim, em qualquer nodulação da mão é importante investigar o caso para conhecer a causa de forma precisa e determinar o tratamento adequado. Mas, antes de falar sobre qual tratamento é recomendado, é fundamental entender o que é e como a doença se comporta.
Doença de Dupuytren: o que é e quais as causas
A pele da palma da mão geralmente é mais espessa e fixa. Além disso, é composta por uma camada de tecido fibroso (chamada de fáscia palmar) que tem o objetivo de unir a pele com estruturas mais profundas, como tendões flexores e ossos.
Neste contexto, a Doença de Dupuytren, também conhecida como Síndrome de Dupuytren ou fibromatose palmar ou contratura de Dupuytren, é uma doença benigna que acomete a fáscia palmar e digital e consiste na formação de nódulos e cordas de tecido cicatricial composto por fibroblastos e miofibroblastos a que damos o nome de fibromatose.
Os nódulos e tecidos fibromatosos podem se unir e encurtar e com isso puxar os dedos, causando contraturas. A doença é causada por uma combinação de fatores. Mas, de modo geral, é possível dizer que está relacionada principalmente a um componente genético, sendo mais comum em:
- japoneses;
- alcoólatras;
- tabagistas;
- diabéticos;
- epilépticos;
- indivíduos de origem caucasiana;
- pacientes com doenças cardiovasculares;
- pacientes com SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida).
Além disso, profissionais que desenvolvem atividades de força braçal e são submetidos a microtraumas repetitivos nas mãos também são mais propensos. Desse modo, o grupo de risco engloba homens brancos, com histórico familiar e doença bilateral.
Como é diagnosticada a Doença de Dupuytren?
Em geral, a Doença de Dupuytren se manifesta com um nódulo doloroso localizado na prega palmar, abaixo dos dedos. O nódulo tende a aumentar de tamanho e formar cordas que podem se estender à palma da mão ou à base dos dedos.
Com o passar do tempo, as cordas engrossam e encurtam, resultando em contraturas. Ou seja, o dedo vai dobrando e o paciente começa a perder a capacidade de esticar completamente o dedo afetado (normalmente o dedo anelar e o mindinho).
A fibromatose palmar é diagnosticada através do exame clínico e avaliação sobre o histórico familiar do paciente. Até que comece a se formar contraturas, o tratamento é conservador. Dependendo do grau de acometimento, é possível indicar o tratamento cirúrgico.
Quando operar Dupuytren?
O tratamento cirúrgico para Doença de Dupuytren é indicado para pacientes que não conseguem esticar completamente os dedos. Nestes casos, uma forma de precisar o acometimento é o “teste da mesa”, no qual o paciente tenta espalmar a mão em uma superfície plana. Caso não consiga encostar toda a palma da mão na mesa e os dedos fiquem elevados, é sinal do avanço da doença.
Na cirurgia, o objetivo é fazer a ressecção do tecido doente, liberar o movimento e corrigir o posicionamento dos dedos.
Basicamente, existem três técnicas cirúrgicas: fasciectomia parcial (retirada apenas do tecido doente), palma aberta ou Mc Cash (cicatrização de dentro para fora) ou fasciotomia percutânea (apenas é feito o corte das cordas, sem ressecção do tecido doente).
A escolha da melhor técnica deve considerar grau de acometimento, quantidade de dedos envolvidos, tempo de doença e demais estruturas envolvidas (articulações, por exemplo). O ideal é consultar um ortopedista especialista em cirurgia da mão.
Para mais informações sobre alterações nos dedos e palma da mão, agende uma consulta com o Dr. Gustavo Campanholi, ortopedista especialista em mão.